1. Acabei a leitura do novo Hitchens, de que é fácil gostar. Hitchens escreve bem e de maneira escorreita, não esquecendo nunca de dar, com humor, exemplos práticos que ilustram as ideias que pretende transmitir, independentemente de god is not great ser de facto, como se diz aqui, um livro oportunista. A tese é conhecida: foi o homem que criou deus (com minúscula, como o autor do livro o grafa) e não o contrário. A vantagem do livro é que Hitchens sistematiza de modo simples e lógico os principais pontos da tese ateísta e rebate por antecipação os argumentos fundamentais dos religiosos. O problema do livro é que, como todos os panfletos, não chega a apresentar soluções alternativas, em grande medida por esquecer os detalhes que possam incomodar a perfeição global da teoria; nesta medida, este livro de Hitchens não é diferente de qualquer documentário de Michael Moore. Daí a ausência de resposta à verdadeira questão que resta: qual a alternativa a dar a todas as pessoas que continuam – não só a acreditar mas a desejar acreditar – num deus que toda a lógica racional moderna demonstra, sem sombra de dúvida, não passar de uma criação meramente humana que não tem senão envenenado a história da humanidade ao longo dos tempos. Em todo o caso, eis um livro muito mais giro e entretido que o artigo do Dalrymple, descoberto pelo maradona (super-inspiradores blog e blogger, soit dit en passant). Declaração de interesses: não sou crente e a minha fé – que ainda assim já viu melhores dias – resume-se ao Sporting.
2. Prova do sentido de oportunidade destes novos combatentes teológicos é aliás o suplemento especial do The Economist desta semana sobre as novas guerras da religião. Ainda não tive tempo de ler tudo (e não sei se tenho pachorra para ler mesmo tudo) mas o que vi só reforçou o mistério que representa para mim a emergência, nestes últimos anos, das guerras e polémicas religiosas, num mundo que se julgaria, com os avanços da ciência e da tecnologia, dominado pela Razão e, logo, cada vez mais secular.
3. O que me leva enfim a uma crítica sem dó do irracionalismo: como é possível que o Moutinho continue a ser autorizado a bater penalties?!
2. Prova do sentido de oportunidade destes novos combatentes teológicos é aliás o suplemento especial do The Economist desta semana sobre as novas guerras da religião. Ainda não tive tempo de ler tudo (e não sei se tenho pachorra para ler mesmo tudo) mas o que vi só reforçou o mistério que representa para mim a emergência, nestes últimos anos, das guerras e polémicas religiosas, num mundo que se julgaria, com os avanços da ciência e da tecnologia, dominado pela Razão e, logo, cada vez mais secular.
3. O que me leva enfim a uma crítica sem dó do irracionalismo: como é possível que o Moutinho continue a ser autorizado a bater penalties?!
Em tempo: profissão de fé do Vasco no menino jesus.
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