17 de janeiro de 2008

Rebirth of Kitsch

É de bom tom, nos meios mais sofisticados do rock alternativo – e não só, aliás – considerar Frampton Comes Alive como um dos piores álbuns de sempre e o seu autor, Peter Frampton, como um dos maiores horrores que o rock mainstream impôs à história da música popular. Isso é ilustrado por uma famosa cena do filme High Fidelity, quando o herói, interpretado por John Cusack, se dirige para a entrada de um bar onde combinou com os amigos esquecer mais um desaire amoroso e pára subitamente ao ouvir os primeiros acordes de uma versão acústica de Baby I Love Your Way, perguntando espantado “Is that Peter-fucking-Frampton?” para, perante a afirmativa, se resolver a entrar mas com o ar mais infeliz do mundo.
E no entanto eu pecador me confesso: gosto do Frampton Comes Alive. Deliro com aquele som maluco da Talk Box em Show me the Way.
E, não ousando dizer alto e bom som a toda a gente que gosto deste álbum, uma réstia de orgulho impede-me de o esconder, pelo que lá está ele, todo impante, na longa estante dos Pês. E, já agora, Baby I Love Your Way é uma grande grande canção. Como o personagem do John Cusack, mais os amigos snobs dele, se vêem obrigados a admitir.

*No YouTube só se encontra esta cena de High Fidelity (Lisa Bonet a cantar Baby I love Your Way) em italiano e isso aí eu recuso-me a pôr aqui; mas deixo o link para os aventureiros.

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