Os Republicanos têm razão: Hollywood é um ninho de liberais (no sentido americano da palavra) que tentam desnaturar a cabecinha dos adolescentes americanos. No entanto, a Resistência organiza-se. The pursuit of Happyness é a prova disso. Nesta true story, que só pode ter tido João Miranda como consultor técnico (e não é porque o filme trate de biotecnologia), seguimos a vida difícil do personagem interpretado por Will Smith que, em anos de crise, sobrevive dificilmente vendendo scanners para dentistas. Mas o sonho do Will, aluno brilhante obrigado a interromper o percurso escolar por, supõe-se, a namorada ter engravidado (ai a falta que a abstinência faz) é ser corretor da Bolsa. Depois de conseguir um estágio numa dessas fantásticas empresas capitalistas em que toda a gente anda feliz, Will parece estar a safar-se. E qual é o acontecimento não totalmente imprevisível que vem interromper esta ascensão social? Obviamente, os impostos. A tenebrosa e totalitária máquina fiscal espezinha mais uma vez as liberdades individuais e penhora a totalidade das economias do nosso Will, que se vê de repente homeless e obrigado a procurar abrigo e alimentação nas organizações caritativas. Felizmente, tudo acabará em bem: mesmo dormindo de vez em quando nas casas de banho públicas, o Will consegue destacar-se entre as várias dezenas de estagiários, ser o único escolhido para ficar na empresa e tornar-se, alguns anos mais tarde, o multimilionário que nós já desconfiávamos que ele seria. Antes disso, Will consegue livrar-se da tal antiga namorada, com quem entretanto casou, uma chorona que só sabe queixar-se do azar em que se tornou a sua vida e desenvolve uma amizade viril com o filho, a quem ensina que nunca se pode desistir e que se se trabalhar suficientemente, pode conseguir-se tudo na vida, inclusive o seu próprio avião a jacto.
Lindo.
Portanto, estavas à espera de quê, Rui Tavares?Lindo.
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