20 de setembro de 2008

Anarchy in the UK

Quem tiver mais de 40 anos – sem ter passado a adolescência no seminário – e vir a imagem de marca da última campanha do Printemps reconhecerá imediatamente a referência a David Bowie período Hunky Dory. Definitivamente, o Rock está na moda. É usado por todo o lado para vender seja o que for: carros, malas, computadores, iogurtes e sobretudo trapinhos. É com efeito a indústria da moda a que tem mais aproveitado a iconografia Rock para vender, com referências constantes ao glam dos anos 70 mas também ao Rock urbano-depressivo do Velvet (mais o look heroin addict) ou ao Reggae e ao Ska festivos dos anos 80.
Por um lado isto é reconfortante. Demonstra que aquilo que parecia ser o terror das mães dos adolescentes das últimas décadas se banalizou, foi socialmente aceite e integrado na vida moderna. Por outro lado, é preocupante. Indica que a energia criativa desses anos se encerrou no beco sem saída do consumismo sem sentido: quando a gente vê Keith Richards a vender malinhas Vuitton não sabe se deve rir ou vomitar.
Se for verdade que a História se repete – seja como tragédia ou como farsa, pouco importa – este estado de coisas não merecerá grande preocupação. As gerações saberão reinventar-se e uma nova energia criativa tentará sujeitar o Mundo à prova da Utopia. Talvez.
Estava a acabar de escrever esta posta quando comecei a ouvir subir do quarto do meu filho de 10 anos os primeiros acordes de My Generation. Fui ver o que se passava e lá estava ele a jogar Guitar Hero na PlayStation…







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