29 de fevereiro de 2008

Riacho das Flores

Abri finalmente, após dois meses na zona de trânsito da minha biblioteca, o Rio das Flores de Miguel Sousa Tavares. E devo dizer, correndo o risco de perder todo o crédito de que disponho na blogosfera literata (what the fuck am I talking about?!? nem eu tenho crédito nem a blogosfera literata existe!!), que não se trata de um mau livro. Sim, o enredo é simples, quase simplista. Mas a estórita está, regra geral, escrita de maneira agradável e sem grandes pretensões. Lê-se bem, sob duas condições.
A primeira é, obviamente, passar a correr, e sem ler (olha, não me digas que esta merda é uma Oxford comma…), pelas chatérrimas considerações político-histórico-filosóficas que se encontram aqui e ali e que foram dissecadas pela já célebre “recensão” do nosso mais divertido Velho do Restelo, o VPV. Não que estejam mal escritas. Apenas porque representam todas, sem excepção, a opinião pessoal do autor sobre determinados acontecimentos e sobre o mundo em geral, e para isso (outra??) já nos chegam as crónicas do prolixo ex-jornalista, sobretudo se, como eu, também não as lermos.
A segunda condição é ler as cenas de sexo com o olho direito fechado. Limitar assim o campo de visão das folhas impressas transforma-se, a partir mais ou menos da segunda página em tais preparos, num exercício de alienação que apresenta algumas semelhanças com o consumo de um cachimbo de água. Com sorte, o incauto e temporariamente zarolho leitor julgará assim encontrar-se perante o Código do IRS ou, em casos mais graves, o programa de candidatura de Ribau Esteves à Câmara de Ílhavo. Devo todavia prevenir que inclinar a cabeça não vale.
Se forem cumpridos estes requisitos, esperam-te, caro leitor, algumas horas de mui agradável leitura, se não tiveres nada de mais interessante para fazer como, por exemplo, conduzir o Getafe à glória no PES 2008.

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