14 de abril de 2008

Perfeita

O French Kissin teve a boa ideia de postar a versão dos White Stripes de uma bonita canção do grande Burt Bacharach. Gosto muito dos White Stripes (e mais ainda do Burt Bacharach), mas nunca conseguirei separar esta canção desta cena aqui em baixo (o You Tube só a tem, infelizmente, dobrada em espanhol mas para o caso pouco importa, a grandeza da cena não está nos diálogos). A situação é simples: Julianne (Julia Roberts, num grande papel de bitch), dita “Jules”, está apaixonada há muitos anos pelo seu melhor amigo, Michael (Dermot Mulroney). Só que este anunciou-lhe que vai casar com a bela e inocente Kimmy (Cameron Diaz), uma jovem universitária. Quando Jules, apostada em destruir a relação e impedir o casamento, sabe que Kimmy tem uma voz de cana rachada, concebe um plano diabólico para a fazer cantar num bar de karaoke e assim ridicularizá-la aos olhos do noivo. Kimmy pega, muito pouco à vontade, no microfone e começa a assassinar I just don’t know what to do with myself. A pouco e pouco, conquista toda a sala e Jules apercebe-se – quando surpreende Michael a seguir, completamente embevecido e apaixonado, a performance de Kimmy – que o tiro lhe saiu pela culatra. É com efeito nesse momento que Jules compreende que, talvez involuntariamente, deu a contribuição decisiva para Michael, que talvez ainda hesitasse, ter a certeza que está completa e irremediavelmente apaixonado por Kimmy.
A conclusão é simples: apaixonamo-nos pelas imperfeições. A perfeição é de uma banalidade insuportável.




Cena de My Best Friend’s Wedding, fita que vale muito mais que o simples “filme de gaja” que aparenta ser.

2 comentários:

Anónimo disse...

O filme já é antigo, mas a tua conclusão é bem verdadeira.

Deixo a perfeição para os museus, onde gosto de passar horas. Na vida real, não conseguimos viver com ela, asfixia-nos, entristece-nos, humilha-nos.
Não achas?

bloom disse...

minha cara ciranda,
a perfeição é uma maçada. Também gosto de a ver nos museus, mas enfim, não exageremos...
;-))