29 de maio de 2009

Ai mete mete

Eu já andava desconfiado que a Jane Campion era um bluff. Reconheço que me conseguiu enganar com O Piano. Graças, evidentemente, ao jogo baixo de ter Holly Hunter, Harvey Keitel e a música de Michael Nyman. Comecei a desconfiar com Holy Smoke, não obstante o mesmo Keitel e uma ainda não muito gordinha Kate Winslett: “espera aí, mas este filme supostamente de autor não é uma banhada?”, perguntava-me eu vendo o Harvey Keitel a pôr a melena para trás enquanto espreitava o cú da Kate. Tive a certeza ontem à noite quando vi – na televisão, claro, onde mais? – In the Cut, uma espécie de thriller erótico onde a Meg Ryan passa o tempo a tentar fugir de um serial killer, com uns intervalos onde se masturba (para aliviar a tensão dela) e dá umas quecas num polícia com bigode à jogador do FC Porto dos anos 80 (para aliviar a tensão dele). É difícil escolher o pior de In the Cut: a banalidade da história, os diálogos confusos? Os movimentos de câmara manhosos ou a fotografia hiper-saturada à la MTV alternando com a típica cena de thriller “rua de Nova Iorque à noite sob a chuva”? Sofrendo ainda a influência da aura de mediocridade que paira sobre este filme, o espectador inocente não se consegue decidir. Ainda assim, estava pronto para reconhecer uma qualidade a este filme: como aqueles personagens de Knocked Up, que tentavam lançar um site na Internet com imagens seleccionadas de actrizes conhecidas nuas em filmes mainstream, vi com gáudio uma cena explícita de fellatio, que não ficava a dever nada a um sketch do Gato Fedorento. Lamentavelmente, acabei por descobrir que afinal a actriz parece ter feito a coisa num dildo. Até nisso a Jane Campion me enganou!

4 comentários:

FavaRica disse...

Este filme tem algo de muito bom: a Meg Ryan usa um penteado diferente, o que prova que é possível não usar sempre os caracóis curtos e rebeldes do costume - também comprovado no filme Women, já mais recente - e há também ali qualquer coisa que nos fascina no ar um tanto empestado do Mark Ruffalo...

aquelabruxa disse...

eu vi um bocado do filme (na televisão já há que tempos) e estava a gostar, mas como estava cheia de sono fui-me deitar. mas também achei um bocado merdoso, ao mesmo tempo, lol. já não me lembro bem porquê, acho que é porque estou farta de sexo.

bloom disse...

"acho que é porque estou farta de sexo."

como dizia a minha avó, "nem tanto ao mar nem tanto à terra", bruxinha! Isso passa...

aquelabruxa disse...

ja sabia que essa minha declaraçao ia dar comentario. mas e verdade, o sexo nos livros e filmes ja me fartou.

(hoje nao tenho acentos)