19 de maio de 2009

The Eye


Longe – muito longe – de mim pretender chegar a estes cúmulos de sofisticação, mas também passei estes dias por grandes momentos televisivos. Durante o fim de semana, por exemplo, vi – na RTP1 e na TVI24 – milhares de pessoas protestarem contra o Quique Flores, acenando continuamente lenços brancos à medida que um grupo patusco avançava penosamente tendo aos ombros uma estátua, que suponho representar o próximo treinador do Benfica. Não liguei muito porque tinha que ir ver o jogo da minha equipa na Madeira: verdadeiro adepto é aquele que vê os jogos a feijões com o mesmo grau de entusiasmo que um jogo decisivo de campeonato; e, já agora, também aquele que utiliza o seu melhor vernáculo quando o Djaló demonstra que depois destes anos todos ainda não sabe controlar a puta de uma bola.
Mais tarde, enquanto me preparava para um exercício de cinefilia sofisticada, vendo o genérico inicial de um western spaghetti do grande Sérgio Corbucci, decidi, por um daqueles instintos que só uma longa psicanálise explicaria, mudar de canal para ver uma coisa um bocado estapafúrdia chamada The Eye, sem sequer ter a desculpa de já ter visto o original de Hong Kong. Mas a carne é fraca e a Jessica Alba em violinista cega sexy é um apelo muito forte.
Ainda assim, lixei-me bem porque apanhei meia dúzia de cagaços tão grandes que hoje me esqueci das lentes de contacto em casa.
Donde: mais valia ter ficado a ver o McNulty a foder meia Baltimore.

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