Como se sabe, Gus Van Sant não sabe fazer filmes maus. Milk, sendo menos interessante que qualquer um dos filmes da trilogia da morte (Elephant, Gerry, Last Days) e que a experiência dostoeivskiana Paranoid Park, é bastante bom: uma realização inteligente e escorreita, diálogos bem esgalhados e actores fantásticos, em que até o cabotino Sean Penn (de quem tanto desconfio) se revela um modelo de contenção. Se Milk fosse apenas um filme militante, já se justificaria (bastando para isso as referências do filme à famosa Proposta 6, que não podem deixar de soar, aos ouvidos actuais, como a réplica exacta da tristemente célebre Proposta 8); ainda por cima, aquele pessoal que passa a vida a queixar-se dos malefícios do lobby gay, seja lá isso o que for, teria aí motivo para mais umas diatribes e assim proporcionar grande divertimento à plateia. Felizmente, Milk é mais que isso. É um bom filme. Ponto.
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1 comentário:
também gostei.
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