O cinema inglês dito de “realismo social” é certamente muito respeitável. Infelizmente tem-nos dado algumas das maiores xaropadas de que há história. Não é o caso de It’s a Free World, sem dúvida o melhor filme de Ken Loach, um dos lídimos representantes desta tendência do cinema inglês. Sem didactismos inúteis ou parti-pris ideológicos, It’s a Free World lida com a crueza dos factos e a confusão dos sentimentos e das emoções. E se este Mundo continua a dividir-se entre exploradores e explorados, existem situações em que essa distinção não é tão simples assim. Se fosse possível descrever este filme falando de uma cor, seria o cinzento: as coisas não são nunca pretas ou brancas e a vida é um interminável desfile de diferentes matizes de cinzento. É um filme para pessoas com muitas certezas, daquelas que nunca têm dúvidas e raramente se enganam. Sim, é um filme que deveria constar da Dêvêdoteca do João Miranda.
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