13 de fevereiro de 2009

The Curious Case of Benjamin Button


Longe de mim querer meter foice amadora em searas profissionais, mas, tal como para Slumdog Millionaire, penso existir algum exagero em tão negativas apreciações de um filme que, sem ser uma obra-prima – nisso estamos de acordo – não parece ser tão mau quanto o pintam. Sim, muitas vezes a pretensa ousadia formal acaba por esconder um atroz convencionalismo; sim, está feito para arrancar a lágrima mais ou menos fácil; sim, é demasiado longo e bem poderíamos dispensar, mais ou menos a meio do filme, uns bons 20 minutos. Mas existem algumas razões que me fazem simpatizar com The Curious Case of Benjamin Button (ultrapassando mesmo a antipatia intrínseca provocada pelo meu instinto primário de macho que se contorce de inveja vendo o Brad Pitt, so sexy, a arrancar a mota):
1: porque se prova ser possível fazer em Hollywood um melodrama – inventivo e com alguma qualidade – com sucesso popular; para quem, como eu, gosta de dramalhões à la Sirk, isso é fundamental;
2: porque se prova que não é obrigatório que os efeitos especiais sejam meramente pirotécnicos ou incompatíveis com um trabalho sério de actor; nesse aspecto, Brad Pitt e Cate Blanchett são assombrosos na maneira como conseguem integrar e potenciar o tratamento digital da imagem;
3: porque quando a velhinha, na cena em que corta o cabelo a Benjamin, diz a este último que parece que ele tem cada vez mais cabelo, isso desperta em mim a esperança – talvez irracional – de recuperar os cabelos relapsos que abandonaram um crânio que parecia tão confortável.
Também passei por uma fase em que ser a excepção à unanimidade me dava muito gozo. Com a idade, como diria Benjamin a Miss Daisy, isso passa.

1 comentário:

aquelabruxa disse...

"vendo o Brad Pitt, so sexy, a arrancar a mota"... lol
é mesmo isso... lamecha, um tanto longo, e os efeitos especiais são bons. olha que a história é adaptada, não é um argumento original de hollywood, pois.