29 de março de 2008

The Darjeeling Limited

Parece que arrumam os filmes de Wes Anderson na prateleira "comédia". E se calhar com razão, uma vez que em todos esses filmes os mecanismos da comédia (anacronismo, desencontro, bizarria) são utilizados com mestria. E, no entanto, em regra as comédias não nos deixam com aquele pequeno travo amargo que identificamos com o desencanto e a infelicidade. Mais uma vez, como em todos os outros filmes anteriores, trata-se neste Darjeeling da família, do abandono e da eterna busca da paz espiritual. Percebo que Wes Anderson possa enervar alguns: se há coisa que lhe podemos criticar, é aquela obsessão de coolness e os tiques, não completamente involuntários, de uma elegância burguesa que as massas ígnaras não podem - nem nunca poderão - entender. É pena que isso possa afastar alguns de um cinema que é formalmente arrojado e que, sem estar obcecado pela necessidade de fazer passar a "mensagem" (apanágio de outro Anderson, o P.T.), tem três ou quatro ideias fortes que nos ficam a martelar o espírito por muito tempo. E tem, enfim, aquela imperdível curta que é um portento de cinema. Mais a Natalie.


1 comentário:

Anónimo disse...

- wait, I did not say you can come here...
-...can I come there ?

Bestial!