17 de novembro de 2008

Alice

Olho-me ao espelho, as mãos apoiadas no lavatório. Se de facto, como dizem, não há vida do lado de lá, estarei a perder tempo? Não, pois sei bem que o tempo não se perde; apenas se reflecte, mas de maneira invertida, como a imagem que o espelho me devolve. Já voltei as costas ao espelho quando decido que estou a precisar de um corte de cabelo. Eu sei: a maior parte das minhas decisões vêm demasiado tarde.




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