Tenho seguido com bastante interesse o documentário de Joaquim Furtado “A Guerra”, às terças à noite na RTP1. O tema é interessante, a narração escorreita e as entrevistas suficientemente vivas para manterem a atenção. Por outro lado, os gráficos ajudam a situar os acontecimentos e as imagens de arquivo pouco ou nada vistas anteriormente dão-nos um vívido retrato do que era a vida nas “colónias” dos anos 60 e 70. Trata-se, numa palavra, de um documentário altamente recomendável. Verdadeiro serviço público.
Daí que tenha alguma dificuldade em explicar como é que em todos os episódios que tenho visto não consiga a minha pessoa ficar acordada até ao fim. Com efeito, mau grado esforços hercúleos para manter os olhos bem abertos, lá virá sempre um Morfeu manhoso depositar o incomensurável peso do sono sobre as minhas pobres pálpebras indefesas. Não possuo sequer a desculpa do fuso horário diferente: uma hora a mais é explicação manifestamente insuficiente para sono tão avassalador. Não sei se serei embalado pela bela voz do Furtado ou pelo sotaque exótico daqueles galhardos ex-combatentes da Frelimo ou do MPLA. O que sei é que cada vez que vejo este – deixem-me dizê-lo de novo – excelente programa os olhos fecham-se-me, o ronco nasce-me na garganta e o sofá lá tem que aguentar comigo.
Porquê? Mistério.
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