1 de dezembro de 2009

Eu troll me confesso

Pela primeira vez na minha vida blogosférica, se é que assim lhe posso chamar, um blogger censurou-me um comentário. Isto é tanto mais espantoso quanto a probabilidade de isso acontecer me parecia ínfima: desde logo por raramente me atrever a comentar, a maior parte das vezes por preguiça. O comentário, esse rei da imediação, por permitir a reacção a quente e geralmente impensada (por vezes impensável) é, como se sabe, o refúgio supremo do troll. Graças ao comentário, os nossos mais baixos instintos libertam-se e vão viajando alegremente pela maledicência, o insulto soez e até – sim, já vi com estes que a terra há-de comer – a ameaça física. A posta apresenta normalmente sobre o comentário a vantagem da reflexão prévia: forma-se entre o cérebro e a pena um lapso de tempo que permite por vezes o arrependimento e até, com alguma sorte, o reconhecimento, porventura tardio, da falta de talento. Digo normalmente porque existem algumas excepções evidentes, de que o signatário é a amostra perfeita: nem a posta lhe sai bem, quanto mais o comentário. Assim, bem andou o blogger em questão, que teve o cuidado elementar de enviar um mail explicando calmamente porque sou eu um vulgar troll. Parecendo que não, ajuda. Embora – deverei dizer infelizmente? – não resolva.

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