Em certa cena de The Wrestler, o personagem de Mickey Rourke, marcado pelo tempo e não só, diz que os “nineties sucked”. Para ele, tinha sido a idade do esquecimento e da descida aos infernos, ainda por cima vindas logo depois da euforia exuberante dos “eighties”. Se começar a tentar lembrar-me, facilmente chego à conclusão que os anos noventa foram seguramente a década em que menos filmes vi, menos livros li e poucos discos, a não ser os que já tinha, escutei. Não posso verdadeiramente dizer, como o Mickey Rourke, que os “nineties sucked”: falta-me História para isso. Posso no entanto afirmar, sem fugir muito à realidade, que os anos noventa me passaram mais ou menos ao lado. No entanto, foi a década em que me casei, em que mudei de país, em que comecei a trabalhar no que realmente gosto, em que tive os meus dois filhos, em que comprei uma casa, em que tive um cão… é melhor parar aqui, não quero maçar os meus leitores mais que o estrito necessário.
Digamos que os anos noventa foram talvez a década da minha vida em que fui mais feliz. Nesse sentido, eu não passei ao lado dos anos noventa, antes pelo contrário. Sendo a felicidade um conceito muito relativo, isto não será em si digno de grande registo. Mas convence-me que existem sempre pelo menos duas maneiras de ver as coisas. Não sei se, como diz o lugar comum, o melhor ainda está para vir; sei que o que vivi foi já muito bom.
Digamos que os anos noventa foram talvez a década da minha vida em que fui mais feliz. Nesse sentido, eu não passei ao lado dos anos noventa, antes pelo contrário. Sendo a felicidade um conceito muito relativo, isto não será em si digno de grande registo. Mas convence-me que existem sempre pelo menos duas maneiras de ver as coisas. Não sei se, como diz o lugar comum, o melhor ainda está para vir; sei que o que vivi foi já muito bom.
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