19 de dezembro de 2007

É Natal


Vá lá, que é Natal. Alguém disponível para dar esta prenda ao maradona? É que se ele fica tão impressionado com uma ou duas bocas mais uma fotografiazita do Ali, quando vir o melhor documentário da História do Cinema não sai do ginásio durante quinze dias.

West Coast

Em Inglaterra, brevemente. Depois do Mourinho e do Ronaldo: o Zé Mestre (via Bicho Carpinteiro).

A Guerra

Tenho seguido com bastante interesse o documentário de Joaquim Furtado “A Guerra”, às terças à noite na RTP1. O tema é interessante, a narração escorreita e as entrevistas suficientemente vivas para manterem a atenção. Por outro lado, os gráficos ajudam a situar os acontecimentos e as imagens de arquivo pouco ou nada vistas anteriormente dão-nos um vívido retrato do que era a vida nas “colónias” dos anos 60 e 70. Trata-se, numa palavra, de um documentário altamente recomendável. Verdadeiro serviço público.

Daí que tenha alguma dificuldade em explicar como é que em todos os episódios que tenho visto não consiga a minha pessoa ficar acordada até ao fim. Com efeito, mau grado esforços hercúleos para manter os olhos bem abertos, lá virá sempre um Morfeu manhoso depositar o incomensurável peso do sono sobre as minhas pobres pálpebras indefesas. Não possuo sequer a desculpa do fuso horário diferente: uma hora a mais é explicação manifestamente insuficiente para sono tão avassalador. Não sei se serei embalado pela bela voz do Furtado ou pelo sotaque exótico daqueles galhardos ex-combatentes da Frelimo ou do MPLA. O que sei é que cada vez que vejo este – deixem-me dizê-lo de novo – excelente programa os olhos fecham-se-me, o ronco nasce-me na garganta e o sofá lá tem que aguentar comigo.
Porquê? Mistério.

18 de dezembro de 2007

Eterno retorno

Mas voltou a Caderneta da Bola. E o Mundo volta a girar.

Fim

Ficar calado quando haveria algo mais a dizer. Algo mais a fazer.

Poesia Concreta

O spam que invade os nossos mails pode por vezes, como certamente os mais atentos terão já reparado, atingir os picos altíssimos da poesia concreta mais notável. Como qualquer geek principiante poderá explicar, a maneira dos spammers contornarem os filtros dos antivírus é conterem no corpo da mensagem algumas frases perfeitamente normais para poderem depois passar ao que interessa: como aumentar o nosso ridículo e minúsculo pénis. Esta, recebida há uns dias no mail deste blog, é particularmente interessante. Começa assim:
“Soros could not live down his Hungarian past, not at least in Romania. In 1987, Soros decided to open a new philanthropic front in the Soviet”
Para continuar: “Neither he nor the Quantum Fund could be quoted. Those were his the air ticket overnight.”
Ficamos a saber, com a primeira frase, um pouco da biografia de George Soros, aliás um homem extremamente interessante. Com a segunda frase, mais misteriosa, não ficamos a saber grande coisa, mas acrescenta à primeira um certo conteúdo esotérico e um cheirinho de actualidade, quando se sabe que o Quantum Fund é um hedge fund.
Vem depois a pièce de résistance:
“Vixens agree, that small-sized penises absolutely can't give satisfaction! They just don't touch the vaginal nerve endings effectively! By good luck, due to [uma marca qualquer] fast penis enlargement is now possible!”
E é esta última informação a fundamental para restaurar um pouco do nosso amor próprio e enfim satisfazer as Vixens, que, como se nota, estão de acordo sobre o essencial: a impossibilidade da pila pequena tocar o fundo do nervo vaginal.

17 de dezembro de 2007

Assunto mais sério ainda

Comparar é inútil. Eu nunca vejo o Rui Santos mas estou convencido que ele usa um vestuário algo larilas.

A mais recente produção Disney

Eis a vida política francesa reduzida a isto: o presidente passeia com a sua mais recente conquista, uma ex-top model com vocação para songwriter (devidamente ajudada por quem sabe, é claro), na Disneylândia. Pois, leram bem: na Disneylândia.

15 de dezembro de 2007

Pink Moon

Não sei se foi da gripe ou dos medicamentos mais ia jurar que esta noite a lua estava cor de rosa. A sério.

Melhor blog estrangeiro

Procurei, procurei mas não encontrei. Onde está a categoria "melhor blog pornográfico"?

13 de dezembro de 2007

Simplificado?

No dia da assinatura do novo Tratado, este blog saúda um novo passo para a Europa. Todavia, saibamos reconhecer os nossos fracassos. Assim, não restam grandes dúvidas sobre o facto do projecto de Constituição Europeia assinado em Roma no dia 29 de Outubro de 2004 se ter revelado um falhanço total. Razões? Então não se lembram de quem assinou por Portugal? Pois foi, foi este.

12 de dezembro de 2007

Entrar pela janela

Já não percebo nada. Então o Tiago Mendes não tinha deixado o Blogue Atlântico? Pôrra, que um gajo abandona isto por uns dias e vê-se logo completamente desactualizado. Eu sei, no meu caso é desactualização crónica: falta-me muitas vezes o sentido de oportunidade, para além de me fazer impressão o trabalho, sempre, mais a inércia que me faz mal, uma preguiça transcendental, etc., etc.

There can be only one!

Mais uma conquista do monstro verde: a Origem das Espécies agora mora aqui.

Balanço…

… mas pequenino, que ele há coisas muito mais importantes. Começando por esta diferença entre as administrações George W. Bush e Clinton: nesta última, discutiu-se até à exaustão a definição de “sexo”; com W., discutiu-se a definição de “tortura”. Eu cá não preciso de mais nada para decidir qual foi a melhor.

11 de dezembro de 2007

Enfim!


Tanto tempo à procura dele e afinal estava aqui...

Welcome to the Real World

No maravilhoso mundo do Facebook, é interessante verificar que tudo é feito no intuito de encontrar o perfect match, a alma gémea, que terá os mesmos gostos e manias que tu. E, no entanto, tal qual como no mundo real – se é que “mundo real” é uma expressão que possas usar nos dias de hoje – é o desencontro que é interessante, é a diferença que instala a dúvida e, logo, a atracção.

Back to the Blog

De volta, mas em modo ralenti, que este fim de ano anda difícil. Ainda assim, e para compensar, sem deixar de ter em conta o espírito da quadra, impõe-se uma canção de Natal.


4 de dezembro de 2007

Errando


Mas onde, por Deus, onde é que eu já vi este desenho? Bom, a memória voltará. Entretanto, vou ali e já venho.

Armas de destruição massiva, parte II

Ainda pouco vi (a não ser aqui) comentários da blogosfera política nacional (sobretudo deste, destes, destes e destes) à notícia do dia no NYT e no Washington Post. No entanto, trata-se de um tema importantíssimo e que poderá afectar, e muito, a evolução da política internacional e doméstica dos EUA. Ah, andam entretidos com o Chavez… Quando o tema Chavez se esgotar, dêem uma vista de olhos a este relatório.

3 de dezembro de 2007

Motown

E já que estamos muito Motown hoje, deixe-se aqui uma singela homenagem (parêntesis para frisar que as homenagens são tantas vezes "singelas"; bom, ficará para outra posta...) à que já foi considerada talvez a melhor canção de sempre. Esta versão encontra-se num dos filmes de culto cá da casa.


Quiz

Vamos lá ver então. Qual deles é o mais democrático? Este ou este?

Back to Basics, ainda e sempre

Um debate eterno. Em parte, é uma questão de idade, digo eu que sou dez anos mais velho que o maradona. O que é certo é que, sem desprimor para a Amy (que é até bastante boazinha), estava de facto tudo já na Aretha. Como, quando se fala de Norah Jones e outras raparigas bem cantantes do mesmo estilo, tem que se ter presente que estava tudo já aqui neste álbum.

2 de dezembro de 2007

Ceremony

Pode ser que aqui tenha acabado a série Joy Division, mas neste estabelecimento continua a insistir-se. Desta vez com Radiohead e Ceremony.

Da ausência de talento

Quando finalmente aceitas a tua ausência de talento, as coisas podem enfim começar a correr melhor. Antes disso, também vives, mas com longos períodos de angústia e frustração. Não é um processo isento de falhas, de avanços e recuos, de muitas hesitações. Mas aprendes a tolerar as tuas próprias insuficiências, na esperança de um dia conviver com elas sem drama de maior. A auto-depreciação ajuda, coloca-te no contexto sem deixar de ser elegante, se a souberes praticar. Claro, quando nem para o cinismo tens talento, não vale a pena tentar, sairá mal de certeza. E pior, muito pior, é quando aquelas palavras te soam tão falso que te perguntas se foste mesmo tu a dizer aquilo. Depois, quanto te aceitas, não precisas de muito mais. A não ser mudar de vida.

Oceano Pacífico

Anda tempestade no Atlântico. E, pior, é que parece que vai haver uma vítima colateral da campanha Tagus.

30 de novembro de 2007

Mondocane

Pode ser que sejam influências da leitura (ainda em curso) do livro da Naomi Klein (The Shock Doctrine - The Rise of Disaster Capitalism) mas o abismo que separa o crescimento médio de uma dada Economia nacional e a ausência – pelo contrário – de aumento do rendimento disponível de um grande número de pessoas (e correspondente aumento da quantidade de milionários e respectivos Ferraris em circulação) é um mistério que receio bem só o guru João Miranda possa explicar, naquele seu estilo seco e minimal que já o celebrizou. Peço no entanto que se abstenha de utilizar diagramas como este, pois não me parece que pinturas rupestres sejam adequadas à explicação da Nobre Ciência Económica, mesmo quando tal se destine a esclarecer mentecaptos como eu.




Ferdinand Hodler, La Nuit

Free Market? Nunca!

Um dos mais poderosos argumentos contra a ausência de regulação dos mercados é que o jogo da oferta e da procura consegue com que o ECT ainda arranje um jornal para despejar este tipo de inanidades (via Shyznogud). Estamos longe, diria eu, da Economia científica defendida por alguns. Como pode pretender ser ciência algo que permite a sobrevivência deste arremedo de jornalista? Mais depressa se descobre que a gravidade afinal não existe e que o Newton se limitou a arrancar a maçã da árvore. Bom, isto também pode ser só má vontade minha, que ultimamente tenho andado com gases.

A greve

A greve de ontem, claro, que a de hoje é menos interessante. Na realidade, serão suprimidos 176 tribunais de instância e 23 tribunais de grande instância, para além de umas dezenas de tribunais do trabalho e do comércio (carta aqui). Trata-se de uma reforma que muitos governos, desde há muito tempo, vêm tentando fazer em França. Qual seria a reacção das corporações se [quando?] a coisa fosse em Portugal? Manifs, tumultos na Praça do Comércio?

29 de novembro de 2007

Fazer bébés

Tenho seguido com algum interesse (é certo, reduzido) a discussão sobre os incentivos à natalidade por exemplo aqui, aqui ou aqui. Como não quero ficar à margem deste debate importantíssimo, aqui deixo a minha contribuição:


Momento de Poesia

Temos poeta! E dos bons. Completamente perdido nas caixas de comentários deste post. É de justiça elementar dar-lhe outra visibilidade. Eis um pequeno contributo para a divulgação da obra de CPM. O tema, como poderão facilmente se aperceber, é a decisão judicial sobre o cozinheiro com SIDA. Chamo a atenção dos especialistas.

Os jornais de Portugal
Não têm dignidade
Enganam a gente toda
Com muita leviandade

Explicam o que não sabem
Sem rigor, com petulância
Ao falarem dos assuntos
Só revelam ignorância

Querendo vender jornais
Para ganharem seu pão
Só pegam naqueles assuntos
Que puxam à emoção

A imprensa que nós temos
Não leva as questões a fundo
Podendo identificar-se
Como do terceiro mundo

Devia haver mais respeito
Cada um nos seus mesteres
Pois no caso justifica-se
Separação de poderes

Se é o quinto poder
Achava não ficar mal
Que a imprensa respeitasse
As funções do tribunal

Que acabe a malfeitoria
E a dita leviandade
E que os jornais publiquem
Os assuntos com verdade


Vieram-me as lágrimas aos olhos. Lindo.

Do sucesso

Inspirado por isto (via C. & C.).

28 de novembro de 2007

Hola

Hola hermana!

Pereirinha?

Deixo os comentários sobre futebol para quem sabe mais que eu, mas quanto a isto diria que a grande diferença entre Reds e Verdes é que quando foi necessário ir ao banco, de um saíram Carlitos Tevez e Giggs e do outro Farnerud e Pereirinha. I rest my case.

Nova morada...

... para o Arrastão aqui. Uma longa vida e postas poderosas, como as do costume, é o que se deseja.

Entretanto, na SIC Notícias...

… um senhor de meia-idade arrisca uma ida a casa, no prédio em risco de desabar em Setúbal, para ir buscar bens de primeira necessidade, a saber “uns poemas que eu escrevi há uns anos e que quero guardar”. Um país com gente desta só pode ter futuro. Não desesperemos.

27 de novembro de 2007

A Anita

Ah, a Anita, que era tão bonita. Na versão original, como saberá a Shyznogud, ela chamava-se Martine. Possuo algumas versões mais simpáticas da Martine, de que divulgo apenas aqui um excerto. Lamentavelmente, como o Boss reparou, o site que gerava estas versões foi fechado depois da Casterman se ter queixado. Tss tss…
Se quiserem mais, é só pedir...

Combinação e Acumulação

E eu o único português com Metamorfoses (Ovídio) e The Shock Doctrine - The Rise of Disaster Capitalism (Naomi Klein) +
Pink Floyd: A Saucerful of Secrets (Nicholas Schaffner) e O Gato que Atravessa Paredes, vols. I e II (Robert A. Heinlein).
So what?

Big Brother where are thou?

E para quem quer saber quem dá quanto a quem, é só ir aqui. Mas atenção, ainda não chegou a Portugal, só funciona para os americanos.

Presciência

Como ele tem razão. Falo do Mexia, obviamente. Já o Seabra...

26 de novembro de 2007

Em (re)visionamento


Dans Paris

1 - Sim, é cliché e é verdade. No entanto, que seria de Paris sem os parisiens têtes de chiens? De quem nos entreteríamos a dizer mal?
2 – E se o local de trabalho de um gajo for uma obra do Sir Richard, tem ainda assim direito de se entreter a dizer mal?

25/11

Olha, afinal ele é que é o presidente da junta...

23 de novembro de 2007

Musa

So now the sadness comes - the revelation. There is a depression after an answer is given. It was almost fun not knowing. Yes, now we know. At least we know what we sought in the beginning. But there is still the question: why? And this question will go on and on until the final answer comes. Then the knowing is so full, there is no room for questions.



Move on

Polónia? Já gostei mais.
Agora só a chuva me encanta.
Por enquanto.

Miami Vice

O gajo aos beijos ao dieguito é o irmão gémeo do Colin Farrell? Por outro lado, a cerveja que aparece na primeira fotografia não parece ser Tagus.

22 de novembro de 2007

Em defesa do “Mas”

Sim, solene e empenhadamente em defesa do “Mas”. Do “Mas” que a blogosfera, sobretudo aquela mais radical e politicamente (in)correcta (pois, que ser politicamente incorrecto começa a ser tão politicamente correcto…), tanto gosta de maltratar. Assim que alguém usa o famoso “Mas”, é certo e seguro que lhe cairão em cima os tenores da rectidão, os defensores da coluna vertebral de aço, os pontas de lança do espinhaço sólido (ver, mero exemplo que se apresenta por ser recente, aqui, a propósito deste post do Daniel Oliveira; ver também, já agora, este). Alguns são os mesmos que, não há muito tempo e do suave conforto do lar, se entusiasmavam com os feitos de armas dos marines no Iraque. Os mesmo que agora, com uns tomates do tamanho de bolas de basquetebol, nos explicam que temos que falar muito grosso para assustar os Amadinecoisos e outros Ayatolas nucleares, e que quem não o fizer está, já se sabe, a pactuar com os terroristas.
Confrontado a estes valentões, o pobrezinho do “Mas” pode pouco. Encolhe-se, coitadito, todo envergonhado e espera por melhores dias. E no entanto…
No entanto o “Mas” é inteligente, por vezes – e mesmo a maioria das vezes – o mais inteligente de todos. O “Mas” é a garantia de uma visão adequada, calma, razoável e que tem em conta todos os aspectos da questão, seja ela qual for. O “Mas” é a sageza, a moderação, os cabelos brancos, a boa decisão, a recusa da precipitação. O “Mas” é o maior obstáculo à tacanhez, às vistas curtas, ao fanatismo.
E até The Economist começa a vislumbrá-lo.
Numa palavra, o “Mas” é bom.
Portanto, viva o “Mas” e quem o apoiar.

Yes, let's dance!

Contribuição para a série Joy Division que vem tendo lugar aqui.
Estes Wombats fazem os Franz Ferdinand parecer um bando de paralíticos.

Changes

Mais uma potencial vítima da violência homofóbica do dieguito, especialmente se algum dia apanhar o cacilheiro...


Ver aqui.
PS: a não ser, claro, que ela seja heterossexual, mesmo depois da mudança de sexo. Por exemplo, conheço uma pessoa que quando era mulher era lésbica mas depois de passar a ser homem tornou-se heterossexual. No fundo, manteve a coerência: nunca deixou de gostar de mulheres. Pensando melhor, vamos ter que arranjar outra vítima para o maradona...

JC The Musical

Desconfio que o que segue tenha também sido criado por este ateu, mas não tenho provas.


21 de novembro de 2007

Bunny you're so honey

E agora, especialmente dedicado a este pessoal: este post do Huffington.

Recirculation

riverrun, past Eve and Adam's, from swerve of shore to bend
of bay, brings us by a commodius vicus of recirculation back to
Howth Castle and Environs.

A way a lone a last a loved a long the

É geralmente considerado que Joyce, no Finnegans Wake, acaba o texto reenviando, com a última frase, para a primeira frase do romance. Corresponderia, para além do mito do Eterno Retorno, a uma composição "seriada", aliás adequada a um texto que foi escrito ao longo de 17 anos. Um pouco como uma série americana, Heroes temporada 2, Sopranos temporada 6, etc.
Mas e se não fosse nada disso? E se Finnegans Wake fosse, em vez de uma série que eternamente recomeça, um episódio piloto ou, melhor ainda, não mais que um filme série B?
Claro que ajudaria se fosse minimamente legível.

SE

Aahh, a magia de SE London, Croydon e seus elegantes prédios de inspiração Amadoriana...
Mas uma sala de concertos no centro cultural com uma belíssima acústica!

Poética Rufus

De Slideshow (Release the Stars, 2007):

Do I love you because you treat me so indifferently?
Or is it the medication?

20 de novembro de 2007

Entretanto...

Por alguma obscura razão, guardei este excerto de uma entrevista que Alain Minc deu em 2005 a Teresa de Sousa no Público. Procurei o texto integral mas não o encontrei nos Arquivos do Público. Por uma incrível coincidência, quando googlava parte do texto encontrei o mesmo excerto aqui:

“O que se está a passar nos EUA – que não tem nada a ver com o 11 de Setembro – é que os valores americanos são cada vez menos idênticos aos valores europeus. Nós somos o ‘congelador’ dos velhos valores ocidentais, eles são o laboratório de novos valores. Seja a visão que temos do nascimento, o aborto; seja da morte, a pena de morte; seja das células estaminais, de Deus, das liberdades individuais – os EUA afastam-se do velho modelo ocidental…”.
Das minhas notas consta igualmente que Minc ligava estes novos destinos americanos à emergência dos hispânicos. Não sei se ele tem razão (sobretudo neste ponto), mas era já indubitável em 2005, e é-o cada vez mais, que muito em breve os valores democráticos – e o sistema económico – que América e Europa Ocidental partilham talvez não venham a ser suficientes para evitar uma evolução diferenciada, ainda que porventura paralela (e as paralelas são as que nunca se encontram, não são?). Ignoro quais os resultados que esta deriva poderá ter ao nível geoestratégico, mas outra citação que guardei da mesma entrevista (desta vez não houve blog que me salvasse: referência on line inexistente) diz que o futuro da Europa, neste contexto e segundo Minc, é o de ser “rica, pacífica e bastante feliz, mas não um actor mundial”. Numa palavra, a Europa será a Suíça. Ora isto, para além de deprimente, é extremamente perturbador.
E agora volto às minhas actividades normais.

Momentos Em Tempo Irreal

Parece que é preciso linkar o Abrupto. Esta é a minha homenagem.




M2

Passar à guerra de guerrilha. Onde estão as vantagens? A não ser talvez camuflar o amor.

M1

Se sabes que o inimigo pode atacar mesmo durante as tréguas, como manter o estado de alerta permanente?

19 de novembro de 2007

Poses

Agora imaginem-no em roupãozinho branco, sozinho ao piano.

O Mundo ao contrário

É ou deveria ser oficial, até para os profissionais: o Mundo anda com as prioridades invertidas. Só assim se explica que depois de contratar o Rufus para um concerto que normalmente duraria três horas, os organizadores lhe pedissem para comprimir a coisa para hora e meia, porque, pasme-se (outra das minhas palavras preferidas), para a segunda parte (hum: Rufus a fazer uma primeira parte? Era aí, como se verá, que eu deveria ter começado a desconfiar, mas tenho a alma demasiado pura…) ainda tinha que actuar uma tal de Dolores O’Riordan (perguntam vocês e com razão: quem?) … A coisa desenrola-se num ambiente muito chique de café concerto, com o público sentado à volta de umas mesas com umas luzinhas ao centro, tudo devidamente filmado por uma televisão qualquer e patrocinado por uma marca de charutos. Não é pois de admirar – mas atenção: talvez esteja a ser injusto – que metade da beautiful people ali presente (e aqui dou a mão à palmatória: quase todos os convivas eram muito mais giros que eu) estivesse ali só muito remotamente para ver e ouvir o Rufus e mais imediata e fundamentalmente para ser vista. Ainda assim, o concerto, mesmo em formato reduzido, foi excepcional e o Rufus absolutamente profissional, mesmo que não se tenha contido de gozar fininho com o público de Basel, essa cidade “where Art meets Money”, como ele disse com aquele tom de voz deliciosamente afectado. Tivemos até direito ao grand finale, com o Rufus devidamente aperaltado em Judy Garland e rodeado pelo corpo de baile de fortuna, isto é, os membros da banda. Depois de hora e meia de Rufus, senti-me muito mais reconfortado e, já com a Heineken da ordem no bucho, até me sentei de novo para ouvir uma ou duas canções da tal Dolores. E foi aí – quando vi a multidão ululante acolher entusiasticamente a suposta diva, que toca assim uma coisa tipo "rock celta meets Aerosmith", que mete dó de tão banal – que a minha confiança na Humanidade ficou irremediavelmente afectada: só nesse momento percebi que aquela malta estava afinal ali para a Dolores e que teria aplaudido o Rufus mais por educação que por vontade. Portanto – e para concluir – eu não sou de massacres, mas que a Humanidade está sobrestimada parece-me uma evidência.

15 de novembro de 2007

Vou ali e já venho

Viagens, conferências politicamente correctas e contemplações. Estas são algumas das minhas coisas favoritas. Blogar pode esperar.

14 de novembro de 2007

A canzana

“Não falava ontem de “canzana” gratuitamente. Aquela é a posição que
maximiza a probabilidade de fecundação e, de resto, é a mais comum no reino
animal. Uma vez que se tenha decidido que o cartoon iria ter uma
alusão à política de Zapatero e ao dever de procriação dos príncipes,
aquele retrato é o que minimiza a possibilidade de ofensa aos próprios. (Isso
não significa que ele seja imediatamente aceitável, mas coloca a escolha em
perspectiva).”

Tiago Mendes no Atlântico

Este homem é um senhor! Gostei particularmente de saber que a canzana maximiza a probabilidade de fecundação. Espero no entanto que mesmo quem não estiver interessado em fecundar (o que seria, se bem percebi, uma canzana "gratuita") possa ainda assim beneficiar do júbilo e regozijo que proporciona tão grande clássico do coito.

13 de novembro de 2007

they are a changin' e tal

Esta mania da eterna mudança pode exasperar um pouco. A gente perdoa mas em protesto a actualização do link fica para mais tarde.

A ler

O Besugo. Confesso: mais por causa da banda sonora que do post.

Um pouco de História

Mais uma lição de História para a juventude. O “reclame do Fá” fez maravilhas pelo despertar sexual de toda uma geração de púberes e pré-púberes. Infelizmente, só encontrei a versão espanhola. Alvíssaras para quem encontrar a versão portuguesa.


12 de novembro de 2007

Por qué hablas?

Não tenho grandes dúvidas sobre a conveniência de reis e rainhas deverem apenas ocupar-se de coisas sérias como inaugurações de centros de dia, regatas de vela e casamentos e baptizados de aristocratas. Qualquer outra actividade menos séria, como a participação em cimeiras e conferências não pode senão afectar a imagem de responsabilidade da monarquia; talvez mesmo pô-la ao nível dos políticos normais, gente desinteressante que suja as mãos nessa actividade pouco digna que é concorrer a eleições, perdê-las ou ganhá-las e tentar governar ou fazer oposição. Uma democracia sã não deve passar pelo vexame de ver o monarca elevar a voz para mandar calar um político eleito. Haja dignidade. Enfim, isto sou eu a falar, que ele há sempre várias maneiras de olhar para a mesma coisa. Independentemente da profundidade à qual se encontram os assuntos a tratar.

9 de novembro de 2007

Quem com ferros mata...

Onde se prova que isto às vezes é mais complicado do que parece e que haverá sempre a realidadezinha para chatear as nossas teorias tão certinhas e bem compostinhas.

Contagem decrescente

Depois de ler isto, a contagem decrescente torna-se cada vez mais ansiosa. Até dia 15, aqui.

8 de novembro de 2007

Uma Terra sem Amos

Tanto desvelo deste Gato (via Atlântico) com os pobres romenos chega a ser enternecedor. Ainda o vamos ver a miar a Internacional.

Constant Sorrow

Com as devidas desculpas ao Vasco. Mas a versão que se segue bate todas as outras.

7 de novembro de 2007

Imagine

Imaginemos então esta religião fundada por um gajo – vamos chamar-lhe Smith – que tem uma visão de Deus nos bosques. Deus diz-lhe que as religiões existentes estão todas erradas e que é preciso restaurar a verdadeira Igreja. Mais tarde, um anjo aparece em sonhos ao nosso Smith, a partir desta altura já com a qualidade de profeta, dizendo que o Éden é na realidade na América (mais precisamente em Jackson County, Missouri) e que os índios americanos são na realidade judeus que vieram de Jerusalém. O anjo indica ainda a Smith que se cavar num determinado local encontrará umas placas douradas que são o autêntico livro sagrado. Estas placas, escritas nuns caracteres misteriosos, podem ser vistas apenas por Smith e por mais ninguém. Para traduzir as placas para uma linguagem normal – digamos inglês – o nosso Smith coloca-as dentro de um chapéu alto, mete o nariz dentro do chapéu, entra em transe e dita a uma outra pessoa a tradução das placas em inglês. O texto daí resultante passa a ser a nova Bíblia.
Imaginemos agora que tudo o que acabei de dizer é a mais pura verdade. Tudo isto se passou no século XIX, o nosso profeta chama-se Joseph Smith Jr. e a religião que ele fundou é a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, mais conhecida pela Igreja Mórmon, cuja bíblia é o Livro de Mormon.
E finalmente imaginemos que um destacado Bispo e dirigente desta Igreja é um dos candidatos à nomeação republicana para as eleições presidenciais do país mais poderoso do Mundo.
E depois dizem que a Razão impera.
Acha este moço poder fazer melhor?

Vitória!

Quandos os verdes-e-brancos ganham aos encarnados, eu fico sempre contente.

6 de novembro de 2007

Nothing but the Facts

A propósito deste post do Pedro Sales, ainda estou à espera que apareça em Portugal o equivalente do FactCheck.org, que se dedica já há alguns anos a confrontar os dislates dos políticos com os factos. Ferozmente independente e imparcial, e criado no âmbito de uma Universidade, o FactCheck.org não poupa ninguém – democrata ou republicano – e tornou-se já indispensável para todos aqueles que se interessam pela coisa pública. Eu sei que não existe grande tradição em Portugal de verificação factual e que os jornalistas gostam muito mais de esconder a opiniãozinha sob o véu diáfano da informação, mas a transparência da nossa vida política terá bastante a ganhar quando aparecer o nosso FactCheck. Já agora, e a título de exemplo, eis a apreciação do FactCheck.org sobre o anúncio do cancro do Rudy.

Paranoid World

E qual é o mal de se (re)fazer sempre o mesmo filme? Sexo, culpa e morte, não necessariamente por esta ordem. Outros temas disponíveis? Agradece-se. Pensando melhor, não. Não se agradece.

5 de novembro de 2007

Let's (literally) look at the trailer

Raskolnikov faz skate!

"But that is the beginning of a new story—the story of the gradual renewal of a man, the story of his gradual regeneration, of his passing from one world into another, of his initiation into a new unknown life. That might be the subject of a new story, but our present story is ended." (http://www.bartleby.com/318/72.html)


É o fim de Crime e Castigo, claro (desculpem lá pessoal só encontrei on line uma tradução inglesa, para a versão cirílica vão ter que esperar). E é o fim do espantoso Paranoid Park! Como acabei agora de o ver, ainda não estou em condições de falar. Mas que é uma pôrra dum ganda filme, isso é!!

Let's look at the trailer*


Com The Assassination of Jesse James by the coward Robert Ford, não se recupera apenas a tradição de filmes com nomes grandes. Pretende-se também fazer um verdadeiro western psicológico, à semelhança do que fazia por exemplo Anthony Mann há umas décadas atrás. Sem ser uma obra-prima, The Assassination… defende-se bem e consegue prender o espectador, não obstante a duração um nadinha demasiado longa do filme. É verdade que não se consegue evitar alguma lentidão inútil a meio, mas os 20 minutos iniciais e sobretudo o quarto de hora final são bastante bons. Parece que foi Brad Pitt (que parece que também é produtor executivo ou isso...) a receber o prémio de interpretação em Veneza mas é Casey Affleck (irmão do Ben) que monopoliza toda a atenção, com uma composição absolutamente extraordinária do cobarde Robert Ford. Depois de alguns anos exclusivamente dedicados ao cinema independente (sobretudo no extraordinário Gerry de Gus Van Sant), Casey Affleck parece ter-se rendido ao mainstream. Para o bem dele e nosso, que um actor assim merece ser conhecido por um número de pessoas tão grande quanto possível. Ah, é verdade, e tem o James Carville a fazer de governador. Wunderbar!
*título da série em homenagem óbvia

23

Com a greve dos argumentistas, parece que o próximo dia do Jack Bauer terá apenas 23 horas. Link especialmente dedicado à malta do filme Corrupção aqui.

Vespera


1. Acabei a leitura do novo Hitchens, de que é fácil gostar. Hitchens escreve bem e de maneira escorreita, não esquecendo nunca de dar, com humor, exemplos práticos que ilustram as ideias que pretende transmitir, independentemente de god is not great ser de facto, como se diz aqui, um livro oportunista. A tese é conhecida: foi o homem que criou deus (com minúscula, como o autor do livro o grafa) e não o contrário. A vantagem do livro é que Hitchens sistematiza de modo simples e lógico os principais pontos da tese ateísta e rebate por antecipação os argumentos fundamentais dos religiosos. O problema do livro é que, como todos os panfletos, não chega a apresentar soluções alternativas, em grande medida por esquecer os detalhes que possam incomodar a perfeição global da teoria; nesta medida, este livro de Hitchens não é diferente de qualquer documentário de Michael Moore. Daí a ausência de resposta à verdadeira questão que resta: qual a alternativa a dar a todas as pessoas que continuam – não só a acreditar mas a desejar acreditar – num deus que toda a lógica racional moderna demonstra, sem sombra de dúvida, não passar de uma criação meramente humana que não tem senão envenenado a história da humanidade ao longo dos tempos. Em todo o caso, eis um livro muito mais giro e entretido que o artigo do Dalrymple, descoberto pelo maradona (super-inspiradores blog e blogger, soit dit en passant). Declaração de interesses: não sou crente e a minha fé – que ainda assim já viu melhores dias – resume-se ao Sporting.

2. Prova do sentido de oportunidade destes novos combatentes teológicos é aliás o suplemento especial do The Economist desta semana sobre as novas guerras da religião. Ainda não tive tempo de ler tudo (e não sei se tenho pachorra para ler mesmo tudo) mas o que vi só reforçou o mistério que representa para mim a emergência, nestes últimos anos, das guerras e polémicas religiosas, num mundo que se julgaria, com os avanços da ciência e da tecnologia, dominado pela Razão e, logo, cada vez mais secular.

3. O que me leva enfim a uma crítica sem dó do irracionalismo: como é possível que o Moutinho continue a ser autorizado a bater penalties?!

4 de novembro de 2007

O Estado capitalista, o Estado socialista e o estado a que isto chegou

Aqui. Discordo no entanto do que é implicitamente sugerido: despedir Mário Lino. A presença deste ministro no Governo é indispensável, para bem dos índices de confiança dos portugueses, que rejubilam com alguma periodicidade com os simpáticos chistes deste jovial governante.

Tortura

Dos vários métodos conhecidos para determinar com exactidão o conceito de tortura, este é seguramente o mais bronco. Parabéns, melhor vai ser difícil.

3 de novembro de 2007

Faltou glamour?!

Poucas coisas representarão melhor o Portugal dos anos 2000 que a reportagem fotográfica da anteestreia de Corrupção, a consultar aqui (via Grande Loja).

2 de novembro de 2007

Cromos

A melhor ideia da semana vem do Il Manifesto. Como vi aqui, o histórico jornal italiano lançou uma colecção de cromos com figuras históricas do marxismo e do comunismo, a que chamou com ternura Album de Famiglia. Assim, ao lado dos craques Staline e Pol Pot, temos também Pasolini (este deve ser dos raros...) ou Angela Davis. Como não podia deixar de ser, temos mesmo um blog "prá troca", onde os felizes coleccionadores podem comparar as presas, guardar as preciosidades (Maïakovski?) e trocar os supérfluos (Enver Hoxha?). Isto levanta toda uma série de questões a que não vou responder por manifesta incapacidade intelectual da minha parte. Agora se este pessoal sabe da coisa... Pensando melhor, talvez deixassem de nos chatear com a pôrra dos rankings...
Mas o mais lindo vem a seguir: é que os gajos vendem cada álbum a 3,90 € e cada saquinho de 5 cromos a 90 cents. Parece que já imprimiram 1,8 milhões de saquinhos!...
Ora, se isto não é o capitalismo em todo o seu esplendor, vou ali e já venho...

Sobre isso, não vou fazer comentários!

Há alguns assuntos que nunca comentarei. Por nenhuma razão em especial (ok, é uma pequena mentira: tenho razões mas não digo quais). O chamado caso Maddie é um deles. Portanto, não vou comentar o caso Maddie.
Poderia eventualmente comentar a cobertura do caso Maddie pelos media. Mas nem isso vou fazer.
No entanto, depois de dar uma vista de olhos distraída pelo especial informação da RTP1 desta noite (ao mesmo tempo que lia o god is not great, que aliás estou quase a acabar...), lembrei-me daquele soundbyte que diz que a primeira vítima de uma guerra é a Verdade.

Mais Drake

É assim que eu gosto dela, a blogosfera. Não sabia sequer da existência desta série de livros 33 1/3, referida aqui. É minha obrigação procurar pelo menos o do Drake, depois de tanto post deixado aí em baixo sobre ele. Vejam lá que até o anúncio (de 2000) da Volkswagen eu encontrei.

Everyman

A partir de determinada altura, o homem começa a passar em revista as razões pelas quais continua onde já está? Ou a ponderar motivos para mudar? Ou a tentar evitar chegar a um ponto onde o que lhe vem mais vezes à ideia é que "é tão triste ter 70 anos e já não poder foder raparigas de 23"? Ou nem por isso?


"Around the grave in the rundown cemetery were a few of his former advertising colleagues from New York, who recalled his energy and originality and told his daughter, Nancy, what a pleasure it had been to work with him. There were also people who'd driven up from Starfish Beach, the residential retirement village at the Jersey Shore where he'd been living since Thanksgiving of 2001 — the elderly to whom only recently he'd been giving art classes.


(...)


In a matter of minutes, everybody had walked away — wearily and tearfully walked away from our species' least favorite activity — and he was left behind. Of course, as when anyone dies, though many were grief-stricken, others remained unperturbed, or found themselves relieved, or, for reasons good or bad, were genuinely pleased."

Welcome to the Real World

Nada como um pouco de trabalho manual para pensar na transitoriedade da vida. E já agora na dor de costas.

1 de novembro de 2007

A obra nasce?

Se livro existisse que tivesse mudado a minha vida (mas toda a gente sabe que tal raramente acontece) What We Talk About When We Talk About Love, de Raymond Carver seria um deles. Quando o li pela primeira vez, teria eu a singela idade de 20 anos ou coisa que o valha, foi como um murro no estômago. Não sabia que podia haver uma escrita assim, possante e frágil ao mesmo tempo. Soube depois que se lhe chamava minimalista. Desde essa altura nunca me cansei de ficar extasiado perante a profunda simplicidade (soa tão cliché mas é, para mim pelo menos, tão verdade) daqueles pequenos contos.
Soube entretanto recentemente que os contos de What We Talk... seriam afinal duas vezes maiores na versão escrita por Carver, mas que foram editados pelo editor Gordon Lish, que os reduziu a metade e, por vezes, mudou o fim. Carver, crivado de dívidas e talvez cansado pelo alcoolismo crónico, terá protestado mas nem por isso, necessitado que estava do dinheirinho.
Terá portanto Carver sido o inventor do minimalismo malgré lui? Em todo o caso, Carver republicou mais tarde, devidamente modificados, alguns dos contos de What We Talk...
É justamente um estudo comparativo entre as duas versões de dois desses contos que se encontra aqui.
Adenda que não tem nada a ver: este post é dedicado ao autor deste.
Adenda que não tem nada a ver II: outra versão do mesmo problema. Ou como mudar "Pintar ou Fazer Amor" em "Pintar ao Fazer Amor", o que não deixa de abrir todo um mundo de infinitas possibilidades...

Lost In Translation

Por acaso, no video que se segue o JPS até aparece a falar um excelente Inglês, embora pena mal intencionada acrescente a dada altura "Voice of Translator".

Sartre vs Beckett

Li com muito interesse este artigo do Theodore Dalrymple, aconselhado pelo maradona. O nosso impetuoso blogger ficou tão maravilhado que adoptou deste artigo a citação de Sartre ("And Jean-Paul Sartre* came up with a memorable line: “God doesn’t exist—the bastard!”) que nele se encontra para a colocar em epígrafe da sua nova e florida causa. Mas, como o artigo é longo, talvez as últimas frases, que figuram em nota de rodapé, lhe tenham escapado. Dizem assim: "* This quotation is from Samuel Beckett, not Sartre. We regret the error."
Eu confesso a minha ignorância: em matéria de citações (e não só mas isso fica para outra altura), sou quase tão analfabeto como o Sartre parecia ser quando tentava falar Inglês.

Night of the Living Dead

É para mim um mistério como é que certos personagens conseguem renascer, vindos da longa noite dos tempos que já lá vão. Arroja é um desses personagens, que regressa, qual zombie vingador, uma década mais tarde. Pergunto-me mesmo se o Arroja existe mesmo: temos sempre a hipótese de algum Dr. Frankestein manhoso o ter reconstruído com peças em segunda mão vindas da Europa Central dos anos 30, fazendo-o publicar postas como esta que é comentada aqui e aqui. Confrontados a estas enormidades, é sempre difícil saber como reagir. Farão bem o Daniel Oliveira e o FJV em dar-lhe ainda mais publicidade? Por outro lado, como conseguir ficar quieto quando o zombie começa a grunhir?

31 de outubro de 2007

A very very short version

Obviamente, este blog não poderia deixar de se dedicar - e bastantes vezes - a Joyce. Mas convém começar devagarinho. Por exemplo, com isto.

Back to basics... again

Reza a lenda que o Nick, nas raras aparições ao vivo, demorava mais tempo a (des)afinar a guitarra que a cantar.
A Wiki explica porquê: "Drake's style is characterised by his use of cluster chords. Such chords are normally difficult to achieve on the guitar; Drake was able to get around this by detuning, so that the lower strings were tuned higher than the strings above them."

VW

"In 2000, Volkswagen featured the title track from Pink Moon in a television advertisement, and within one month Drake had sold more records than he had in the previous thirty years."

Bio

"Nicholas Rodney Drake (June 19, 1948November 25, 1974) was an English singer-songwriter and musician best known for his acoustic, autumnal songs. His primary instrument was the guitar, though he was also proficient at piano, clarinet, and saxophone. Although he failed to find a wide audience during his lifetime, Drake's work has since grown steadily in stature, to the extent that he is now widely considered one of the most influential English singer-songwriters of the last 50 years.
Drake signed to Island Records when he was twenty years old, and released his debut album Five Leaves Left. By 1972 he had recorded a further two albums, although none sold more than five thousand copies during their first release, and his reluctance to perform live or be interviewed contributed to his lack of commercial success. Drake battled with depression and insomnia throughout his life, and the topics were often reflected in his lyrics. Upon completion of his third album, 1972's Pink Moon, he withdrew from both live performance and recording, retreating to his parents' home in rural Warwickshire. On 25 November 1974, Nick Drake died from an overdose of the prescribed antidepressant, Tryptizol."

Back to Basics

Sardine-munching mouth?

Já toda a gente viu com certeza o video do Presidente Sarkozy em que este, num acesso santanista, deixa pendurada a jornalista da CBS que faz uma pergunta indiscreta sobre os problemas conjugais do agora ex-Primeiro Casal de França. Deixando de lado uma certa incompreensão natural dos políticos franceses sobre os métodos dos jornalistas dos países anglo-saxónicos, é verdade que é dificil mostrar alguma simpatia para com Sarkozy quando se conhece a utilização que o casal fez dos media, explorando até à exaustão a imagem glamourosa de um casal moderno e bonito (interessante a discussão – e já agora o famoso video – aqui). E no entanto, objectivamente, a situação parece ser mais grave que a do Santana-Mourinho e compreendo melhor a reacção de Sarkozy que a do nosso ex-PM. É que às vezes os nossos políticos têm dificuldades em lidar com métodos jornalísticos que, por serem agressivos, não deixam de ser menos legítimos. Salvaguardando as devidas diferenças – que são muitas – entre a CBS e os tablóides, é verdade que é preciso ter alguma estaleca para lidar com isto (onde cheguei através deste artigo do DN).

30 de outubro de 2007

Nobody fucks with the Jesus

Depois de Cristo? Isso merece reflexão. Aproveitando para saudar o melhor blogger português: eu compreendo o Vasco. Isto vicia tanto que até eu voltei. Até quando?

PS só para o Vasco, se por um incrível acaso ele aqui chegar: no outro dia almocei com o teu correspondente criacionista; mas não lhe disse que te conhecia...

Jogar ao Pisa

Estava a concordar, tão alegremente, com a série de postas do Pedro Sales no Zero de Conduta até que, não mais que de repente, chego à parte onde ele menciona um denominado PISA, citado como "estudo internacional de referência". Independentemente da coisa se referir à Finlândia que, sendo um país simpático, se encontra demasiado perto do Círculo Polar Árctico para poder ser considerado um Estado normal, tenho para mim (expressão que especialmente afeiçoo) que qualquer "estudo internacional de referência" chamado PISA desacredita inapelavelmente qualquer reflexão que se pretenda profunda sobre tão premente tema. E digo isto mesmo sendo contra os tais cheques-ensino. Dependendo embora, claro, da ordem a quem eles forem passados.

Chuva em Novembro



Onde se faz notar que o estrangeirado se encontra limitado nas escolhas. Daí que Basileia, e a sua Festsaal Messe, seja uma escolha tão boa como outra qualquer. Mesmo se, quando chegar a noite de 15 de Novembro, for preciso ir buscar uma cerveja enquanto a Dolores estiver a cantar.

O meu perfil

Aplicação da lei e segurança nas Dependências Americanas do Pacífico parece-me suficientement impressionante como perfil. Sobretudo num blog confidencial como este.

Mais abaixo...

... um excerto do excelente Close To Paradise de Patrick Watson.

Em audição

O Verbo

O início só pode ser para os meus blogs. Os que leio. Que me enervam. Que me entusiasmam. Aí à direita. E chega de frases curtas.

Declaração de Intenções

Diário, impressões, chuva.