31 de março de 2008

Fitna ou A Montanha, o Rato e o Parteiro Holandês

Concordar com a Economist, mais uma vez e para mal dos meus pecados. O filme do holandês armado ao pingarelho (sobre o qual não falo, por uma razão simples: não vi - nem tenho intenção de ver) e que está em todos os estaminés Internetianos já saiu há uns dias e, contrariamente ao anunciado pelos profetas da desgraça, ainda não vimos hordas de malvados islamistas invadirem as ruas das nossas boas cidades ocidentais, de adaga pronta a degolar cristãos numa mão e a outra cheia de pedras para apedrejar as nossas (salvo seja) mulheres adúlteras. Pelo contrário, parece que ninguém ligou muito ao filme do senhor. Pouca sorte a da Helena Matos, pois são dezenas de diatribes anti-muçulmanas que se perdem! Felizmente, ele ainda há o eduquês e os filhos do Rousseau. É dar-lhes com força, Lena!

29 de março de 2008

Fim de Semana

Para o fim de semana, obviamente, a sequência de abertura, os Kinks e Satyajit Ray.


The Darjeeling Limited

Parece que arrumam os filmes de Wes Anderson na prateleira "comédia". E se calhar com razão, uma vez que em todos esses filmes os mecanismos da comédia (anacronismo, desencontro, bizarria) são utilizados com mestria. E, no entanto, em regra as comédias não nos deixam com aquele pequeno travo amargo que identificamos com o desencanto e a infelicidade. Mais uma vez, como em todos os outros filmes anteriores, trata-se neste Darjeeling da família, do abandono e da eterna busca da paz espiritual. Percebo que Wes Anderson possa enervar alguns: se há coisa que lhe podemos criticar, é aquela obsessão de coolness e os tiques, não completamente involuntários, de uma elegância burguesa que as massas ígnaras não podem - nem nunca poderão - entender. É pena que isso possa afastar alguns de um cinema que é formalmente arrojado e que, sem estar obcecado pela necessidade de fazer passar a "mensagem" (apanágio de outro Anderson, o P.T.), tem três ou quatro ideias fortes que nos ficam a martelar o espírito por muito tempo. E tem, enfim, aquela imperdível curta que é um portento de cinema. Mais a Natalie.


27 de março de 2008

Semiótica de café

Podemos tomar esta imagem pelo que ela é: um par de sabrinas rasas (umas elegantíssimas Dior, informa o Daily Mail) e um par de sapatos de homem com tacão reforçado. E podemos tomá-la pelo que ela pode ser: uma mulher que quer esconder o que é e um homem que quer parecer o que não é. Ou podemos dizer que está encontrada a essência da política moderna: tudo pela imagem, nada sem a imagem. E andamos a queixar-nos de uma inocente sondagem do Correio da Manhã.

Da superioridade moral da República



26 de março de 2008

Obviamente

Admiro – sempre admirei – as certezas absolutas. Por inveja, claro. Inveja da malta do “obviamente”. Talvez isso explique porque acho este o melhor – a muito grande distância – de todos os textos que li sobre o 5° aniversário da guerra do Iraque.

It's only Rock'n'Roll

25 de março de 2008

Publisfera

É também por isto que o Público continua a ser, não obstante as decepções e a descida evidente de qualidade dos últimos anos, o melhor jornal português. E com este post singelo se marca o regresso de férias embora, longo fim de semana oblige, com muito trabalho por recuperar.

21 de março de 2008

Fim de Semana (prolongado)

Ouvem-se alguns segundos em Juno. Mas eles merecem mais.

Tomar a nuvem por…

Juno, que fui então ver, embalado pelo buzz. Sim, é um filme simpático mas não tão interessante como o equivalente Indy-descoberto por Hollywood-aclamado pelo público do ano passado, Little Miss Sunshine, que era bastante mais ousado e forte. Resta a banda sonora, que é de facto engraçada, como em qualquer filme independente que se preze. E uma canção – que tem 7 anos! - de um grupo que já nem sequer existe. Será que a Whoopi o sabia quando os convidou para a cantar?


20 de março de 2008

Obrigado, Franz K.

Na organização onde trabalha B., foi criado um grupo bilateral managers/representantes do pessoal para encontrar novos modos de incentivar a participação do pessoal na definição das estratégias a médio e longo prazo da própria organização. Este grupo, constituído por uma quinzena de pessoas, tem-se deparado com algumas dificuldades para concluir o exame dos pontos da sua agenda, devido à grande taxa de absenteísmo de alguns dos seus membros. No entanto, depois de muito porfiar, lá conseguiu organizar um encontro com a participação de um grande especialista em Recursos Humanos. Este encontro, aberto à participação dos cerca de 1600 membros da organização, tinha justamente por objectivo discutir as novas estratégias de uma sã participação do pessoal nas decisões de longo prazo tomadas pela direcção e pelos diferentes managers em geral. Apareceram nesta reunião 39 pessoas, 32 das quais ligadas – em maior ou menor grau – à preparação do encontro.

19 de março de 2008

A more perfect union

Independentemente de tudo o resto, este discurso é absolutamente brilhante. Não sei quem o escreveu, mas estes têm ainda muito para aprender…

Dr maradona and Mr Ecoblogue

Ó maradona, confessa lá: és tu que fazes isto, não és? Desculpa lá dizer isto, pá, mas tens estranhas maneiras de te divertir. Mas - lá está - não és Governador de Nova Iorque por isso a gente percebe.

Vae Victis

Na eterna luta entre a inteligência e o temperamento, a inteligência tem, até agora, ganho as principais batalhas. Mas nada garante que isso continue. O temperamento ainda tem alguns cartuchos por esgotar.

Como?

Parafraseando este, quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?

18 de março de 2008

Quero ser a cruz de madeira

Comentário de um leitor desconhecido a este post do maradona:

De maradona a 18 de Março de 2008 às 02:36
Quero ser a cruz de madeira onde o maradona será levado no coração do resto da humanidade para toda a eternidade.


Juro que me deu vontade de chorar de lindo que é.

17 de março de 2008

Pois Intende sim senhor

Estou com JPP, no elogio desta saudável onda de traduções dos grandes clássicos. Mas para quando a tradução deste clássico?



Começar bem

Proposta de ciclo para o novo subdirector da Cinemateca: "Natalie e Scarlett, uma análise comparativa".

15 de março de 2008

Fim de semana

Quem é o gajo louro em palco com os Arcade Fire?

14 de março de 2008

Dois clubes...

... um desígnio.



Another one bites the dust

Outro que se vai (ver também aqui). E eu que só lá fui pela primeira vez com quase 40 anos...


12 de março de 2008

O Sapo comilão

Mais um que se mudou para o verdinho. E eu é que sou do Sporting... Bom, também gosto do Getafe.

Update

O Presidente Bush vetou legislação do Congresso que impediria a CIA e outras agências federais de utilizar técnicas de interrogatório diferentes das que constam das directivas aplicáveis. Isto é, Bush não quer legislação que ilegalizaria a tortura. Por outro lado, Joel Surnow, o ídolo dos conservadores e outros neocons em Hollywood, deixou a produção de 24, de que é co-criador. Eu comecei a papar o DVD da série 5 do 24. A minha boa consciência liberal e progressista indigna-se com a baixeza a que chegou esta Administração Bush na justificação da tortura. O ogre reaccionário escondido no meu subconsciente teme que o Jack Bauer se esteja a amaricar.




11 de março de 2008

Changes

Mais um para o Verdinho. Aqui, continuamos calaceiros e orgulhosos no blogspot.

10 de março de 2008

Visto na SIC Notícias

Lisboa, 8 de Março. Manifestação dos professores.

Repórter SIC: "Então diga lá: o que contesta na avaliação dos professores?"
Manifestante: "... Pausa... O que eu contesto na avaliação? ...Pausa... Longa Pausa... Sorriso Triunfante ... Contesto a avaliação!".

Em tempo: também visto aqui.

9 de março de 2008

7 de março de 2008

Impressões de mais uma jornada europeia

- aqueles rapazes do Nul Vier são garbosos mas não jogam nada; ainda assim, tenho alguma ternura por eles. Lembranças de Gelsenkirchen…

- só vi o fim do jogo do Benfica, mas disseram-me que o Cardozo foi finalmente expulso pela cotovelada que deu ao Tonel.

- da parte que vi, terei sido apenas eu a ouvir distintamente, quando o Mantorras aparecia na imagem a correr, “cling cling cling”? Mantorras, vê lá isso, pá, que um dos parafusos que aguenta o joelho está desapertado!

- obrigado, treinador do Bolton, por nos mostrares que existem tácticas piores que o losango!

Para a semana há mais, meus meninos.

O Artigalho

Um case study sobre a adjectivação. Mas… E os advérbios de modo, senhores, onde andam eles?

5 de março de 2008

Concerto take away (2)

Um café. Brooklin. 3 raparigas. Talvez o Mundo não seja afinal tão imperfeito.

4 de março de 2008

Haverá sangue


E é verdade: este filme não se fica pela promessa. Depois de 2h30, o sangue chega. E depois o filme acaba. E quem chegue a este filme gostando das fitas anteriores do PT Anderson e absolutamente informado da etiqueta “obra-prima a não falhar” vem preparado para gostar. E a primeira meia-hora, sem diálogos e com aquela música estranhíssima e absolutamente soberba do Jonny Greenwood, é genial. Depois quando o filme verdadeiramente começa (quer dizer, depois da meia-hora de prólogo), começamos nós a perguntar-nos se isto afinal não é de pôr na categoria “falsa obra-prima”. Mas e o Daniel Day Lewis, senhores? Sim, a composição estampilhada “Oscar” do Daniel Day Lewis é muito boa; e não a queiramos desvalorizar só por ser tão física (alguns, menos informados ou mais tontos, dirão cabotina). Mas às vezes, e é mais forte que nós, começamos a sentir uma ligeira irritação com aqueles maneirismos todos, com aqueles esgares que dizem – ou melhor gritam – “ó pra mim tão bom actor!” E quando damos por ela estamos a pensar “que pena, isto até tinha dado um bom filme”. E depois vamos para casa e pomos o Padrinho no DVD.

Sondagem

Carlos, demonstrando uma ambição talvez superior ao talento disponível, responde: “As duas!”

3 de março de 2008

Gilda


Laura regressa depois de toda a gente a julgar morta. Gilda está no fundo morta, mesmo se toda a gente, sobretudo os dois homens que a amaram, a crê viva. Ou será que estes dois homens a querem morta porque é ela que os impede de estar juntos? Porque aquilo que une Johnny a Ballin não pode ser só amizade…

Para ty e para mim

O melhor da noite de ontem foi, obviamente, a frase do Paulo Bento na flash interview da Sport TV do “para ty e para mim, é bom que esteja a acabar”. Um homem que logo a seguir a um jogo como o de ontem à noite consegue fazer um trocadilho deste calibre merece que lhe seja dada a oportunidade de inventar os losangos todos do mundo. Posto isto, é verdade que fomos, como de costume aliás e em todos os jogos contra o Benfica que não ganhamos, escandalosamente roubados. Mas gostava de conhecer o brincalhão que disse um dia àquele Tiuí : “cara, cê joga pra caramba, seu futuro está no futibol…”.

2 de março de 2008

Concerto take away

O projecto da Blogotheque é muito simples. Pegar em músicos, não necessariamente muito conhecidos, pô-los a tocar em sítios públicos e filmar. Deixar as coisas acontecer. Hoje, os Vampire Weekend algures em Paris. Lá para o minuto 6, topem bem a cliente que faz coro em Blakes got a new face.



#80.3 - VAMPIRE WEEKEND - Walcott / One
envoyé par lablogotheque

1 de março de 2008