Na página 27 da edição impressa do Público de hoje, o ministro Teixeira dos Santos garante ao país que o pior já passou. Não sei se acredite se não, mas o casaco com que o ministro se apresenta na fotografia que acompanha o artigo não augura nada de bom. Nada mesmo. Deixo para os especialistas comentários mais informados sobre esse magno problema. E, obviamente, não incluo a foto.
30 de junho de 2009
29 de junho de 2009
Good News First
A boa notícia é sentirmos que regressou aquela capacidade de nos entusiasmarmos ingenuamente pelo primeiro craque que nos impingem. E não estou a ser irónico.
A má notícia é a última vítima do tenebroso fundamentalismo islâmico. Para quando uma vigorosa reacção da Helena Matos?
26 de junho de 2009
24 de junho de 2009
Entretanto, na TVI
Segunda-feira à noite, no percurso entre a cozinha e o quarto, deparei-me com mais um episódio de Equador, em que aquela rapariga que se apaixonou pelo rapaz de Coimbra conversava com a sua rival. Achei estranho por: 1) não ser Domingo e 2) o pessoal dos figurinos andar drogado ou a gozar com o Miguel Sousa Tavares, pondo duas gajas que supostamente se encontram em São Tomé vestidas como se estivessem em 2009 em Lisboa. Daí a me dar conta que não estava a assistir ao Equador mas sim à nova telenovela da TVI foi um doloroso e relativamente longo passo. Mas o que interrompeu a minha viagem (da cozinha para o quarto, como se lembrarão) foi o momento em que a tal rapariga-que-não-é-filha-do-dono-da-farmácia-do-Equador dizia à amiga, com ar compungido, “sou adoptada”. Este facto, em si, não é suficientemente importante para merecer uma posta de blog (quiçá um comentário) mas fez-me reflectir numa questão que não terá sido ainda suficientemente estudada por todos os que se interessam por fenómenos sociais (nem pelos que não se interessam, agora que penso nisso). Segundo as minhas observações, que confesso serem meramente empíricas e logo sem qualquer valor estatístico, a taxa de crianças adoptadas nas telenovelas é consideravelmente superior à taxa de crianças adoptadas, digamos (e agora vou utilizar um termo ao qual minha mãe é particularmente afeiçoada), na vida real. Penso que a ratio telenovela-vida real não deverá andar longe do 10 para 1 (para os menos inteligentes, a 1 criança adoptada na vida real corresponderia … pois, estão a ver, não é?). Alguns, menos imaginativos, dirão que tal sucede devido às possibilidades narrativas que proporciona uma boa história de criança adoptada, com a legião de quiproquós, encontros e reencontros que inevitavelmente ela acarreta. Nada menos certo. Mais que um artifício de guionista de Cascais, a inflação de adoptados nas telenovelas da TVI é um verdadeiro marco civilizacional, é o reivindicar dos novos modelos de família, é, em suma, a consciência de, aqui e agora, obrar por um mundo melhor. Daí a minha singela homenagem a este simpático canal televisivo.
- Que queres que te diga? Sim, foste adoptado...
23 de junho de 2009
19 de junho de 2009
My own private Meaning
Qual a razão para não querermos acreditar que Lucy in the Sky with Diamonds não é uma canção sobre LSD ou que The Toughts of Mary Jane não tem nada a ver com marijuana? Ficamos desconfiados quando verificamos que tudo parece simples, demasiado simples. E de sorriso malandro, género “a mim não me enganas tu”, continuamos o nosso caminho tortuoso e complicado. Sem pensar por um segundo que seja nas coisas verdadeiramente simples. Como o céu, a chuva e os gatos. Ou o chocolate, a heroína e a vodka.
18 de junho de 2009
Eu devia trabalhar mais
Infelizmente, trabalho muito pouco. Pelo que tenho muito tempo para vir aqui deixar postas completamente inúteis. Pior é ter ainda tempo para abrir aqueles e-mails um bocadinho parvos que vou recebendo. Um deles prometia no outro dia revelações sobre as minhas anteriores encarnações. Embora o mail estivesse em Português, quando se clicava na morada Web para onde ele remetia, aparecia um site em espanhol. Depois de devidamente preencher as informações relativas à data de nascimento e ao sexo, o incauto Bloom deparava-se com a seguinte revelação:
“No sé si le parecerá bien o no, pero usted era males en su última encarnación terrena. usted nació en algún lugar del territorio que hoy es Rumania en torno al año 1725. Su profesión era líder, jefe o capitán.”
A mim pareceu-me bem ser “males”. Ademais, ser líder, “jefe” ou “capitán” não me surpreendeu. Em todas as histórias que conheço de encarnações e reencarnações, fomos sempre numa vida anterior imperador, faraó ou qualquer outra personagem famosa. Deve ser por isso que as nossas existências actuais lá vão decorrendo numa apagada e vil tristeza. Como se tivéssemos que pagar pelos erros cometidos nessas vidas anteriores. Como, por exemplo, ter nascido no território “que hoy es Rumania”.
“No sé si le parecerá bien o no, pero usted era males en su última encarnación terrena. usted nació en algún lugar del territorio que hoy es Rumania en torno al año 1725. Su profesión era líder, jefe o capitán.”
A mim pareceu-me bem ser “males”. Ademais, ser líder, “jefe” ou “capitán” não me surpreendeu. Em todas as histórias que conheço de encarnações e reencarnações, fomos sempre numa vida anterior imperador, faraó ou qualquer outra personagem famosa. Deve ser por isso que as nossas existências actuais lá vão decorrendo numa apagada e vil tristeza. Como se tivéssemos que pagar pelos erros cometidos nessas vidas anteriores. Como, por exemplo, ter nascido no território “que hoy es Rumania”.
17 de junho de 2009
16 de junho de 2009
Sair das trevas
Quando Edie (Eva Marie Saint) sobe à noite ao telhado para mais uma vez tentar convencer Terry (Marlon Brando) a testemunhar contra o chefe do sindicato corrupto, o elemento central da cena é um telhado de vidro de uma água furtada, intensamente iluminado no meio da obscuridade, que lança reflexos dourados sobre a bela cabeça loura de Edie. Terry tem que se decidir a abandonar as trevas da ridícula solidariedade da lei do silêncio e chegar-se à luz da Justiça, contando para isso com a ajuda do amor da pura e bela Edie. “I could have been a contender”, dirá mais tarde Terry ao seu irmão num dos mais glosados monólogos da História do cinema. Sim, podia.
15 de junho de 2009
Entretanto, na SIC-N
Há alguma coisa de profundamente doentio numa vida política que permite a um despenteado qualquer a que chamam "senhor deputado" enxovalhar um homem que tem mais dignidade, seriedade e competência num dedo mindinho que metade dos "deputados" da Nação algum dia terão. A única coisa que me espanta é Vitor Constâncio ainda ter paciência para aturar este triste estado de coisas. Sim, que chamar "ignorante" aquele "senhor deputado" é ter paciência.
12 de junho de 2009
10 de junho de 2009
8 de junho de 2009
Noite Eleitoral
A Banca ganhou à Polícia. A abstenção terá no entanto sido importante. Como? Haviam outras eleições? Não me digam...
5 de junho de 2009
3 de junho de 2009
Pá, a União Europeia, pá...
Contrariamente ao Pedro Correia, não tenho a coragem suficiente para me lançar na leitura de todos os programas dos partidos candidatos ao Parlamento Europeu. Mas acabei de ver um tempo de antena do POUS onde uma adorável jovem de vestido verde-ecologia e brilhantezito na narina, à conversa com um simpático jovem com grande pilosidade facial, ao melhor estilo IV Internacional, dizia que « pá, a União Europeia, pá, não resolve nada ». Perorava ela com tal fervor e um charme tão poderoso que fiquei ali pregado ao tempo de antena do POUS em vez de ir ver os meus mails, como devia. Donde o meu apelo à eterna Carmelinda: não desistas, camarada, a ditadura do proletariado chegará. Talvez de piercing e umbigo à mostra. Mas chegará.
Vou pensar no assunto
Ainda não mudámos de vida. Embora se possa dizer que a mudança - ou a ideia da mudança? - seja muito sobrevalorizada. Não sei. Um destes dias, vou pensar melhor nesse assunto.
2 de junho de 2009
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