31 de maio de 2008
Fim de Maio
Joni Mitchell, Pat Metheny, Jaco Pastorious e Don Alias.
E querem-me impingir a Scarlett?!
30 de maio de 2008
Bravo Portugal
Assim começa este post do blog do Economist que carinhosamente se dedica ao JPP, pedindo que transmita ao seu amigo Vasco GM.
Fernandes, Defensor da Cristandade
Ferreira Fernandes (FF), no seu habitual estilo marialvo-trauliteiro, indigna-se hoje no DN com esta decisão do tribunal de Lille. Tanta preocupação de FF com os direitos das mulheres – esta decisão foi aliás particularmente criticada, e bem, em França pela menorização que representa do estatuto das mulheres – percebe-se melhor quando se vê que o intuito principal do reputado cronista é afinal fustigar a “cobardia” do Ocidente, que levaria a que qualquer dia acordemos todos muçulmanos. É óbvio que decisões tolas como a do tribunal francês são mel para a islamofobia ambiente. Mas antes de começar a vociferar conviria analisar melhor a situação. Talvez se venha até a perceber que tudo isto se possa dever sobretudo a um advogado espertalhão – que conseguiu anular o casamento alegando, aparentemente, um vício da vontade – e a um juiz pateta que considerou a virgindade uma “qualidade essencial” (todos estes conceitos existem aliás em direito português – normal: o nosso Código Civil é copiado do francês – onde uma decisão destas seria portanto possível). Claro, como ele diz expressamente, os detalhes jurídicos não interessam ao FF. O que lhe interessa é a sua cruzada para defender a cristandade ocidental dos barbudos trogloditas. So be it.
29 de maio de 2008
Malfunction
Tinha uns óptimos vídeos para postar mas o Blogger não deixa. Sendo assim, resta-me sublinhar mais uma vez o meu incondicional apoio ao Tratado de Lisboa. Sem deixar que o facto de se tratar de um mau tratado me influencie, sendo aqui aplicável o famoso dito sobre melhor valer um mau acordo que uma boa demanda. Aliás, embora cada Estado tenha obviamente o direito de organizar os referendos que quiser, qualquer referendo a um tratado europeu que não se realize ao mesmo tempo e com a mesma pergunta em todos os Estados membros, não é nem sério nem credível. E para dizer isto não preciso sequer, ao contrário do que parece dizer o Daniel Oliveira, de defender o conteúdo do Tratado de Lisboa. Como qualquer acordo internacional firmado entre Estados soberanos, tem coisas boas, menos boas e francamente más. Mas é necessário e não deveria ter sido sujeito a referendos parciais e isolados. E agora vou estudar o mapa de Donetsk, essa interessante cidade mineira onde espero me encontrar brevemente, para pregar mais uma vez o meu Evangelho.
28 de maio de 2008
Les Chansons d'amour
Há com certeza boas razões para os filmes musicais estarem fora de moda. E mais razões ainda para ver ou rever Les Chansons d’amour, uma descomplexada mistura de Demy com Nouvelle Vague, com uns laivos de pop alternativa francesa e um modo absolutamente irresistível de falar de coisas sérias (o amor, o ciúme, a perda) de maneira leve.
O longo braço da Lei
Esta notícia do DN é uma das mais perturbantes, desde que se soube que o detective privado Costa, especialista em infidelidades, apanhou a mulher com outro.
27 de maio de 2008
Naturalmente
26 de maio de 2008
Grandes batalhas da Literatura
Segundo o Nouvel Obs, Sarkozy atira-se pela terceira vez em dois anos à Princesa de Clèves, o que não deixa de significar algo sobre o personagem. Note-se que o pequeno presidente não ferra o dente em Molière. Não goza com Racine. Nem um dichote sobre Feydeau, que no entanto tanta crítica poderia suscitar. Não. É contra a pobre Madame de LaFayette que o Nicolas de Paris lança o seu escárnio, interrogando-se, com sorrisinho sarcástico a dobrar-lhe o lábio, sobre a utilidade de nos concursos de admissão para a função pública da grande nação gaulesa ser absolutamente imprescindível saber recitar a Princesa de Clèves. Pois eu aqui solenemente exijo que os meus leitores saibam o que diz a Madame de Chartres à filha para a convencer a não ceder aos doces avanços do duque de Nemours.
Os felizes literatos serão devidamente recompensados. Respostas para mundosparalelos@hotmail.fr
22 de maio de 2008
WikiMundo
O novo e admirável Mundo Wiki não pára de se desenvolver. Ou pelo menos assim julgou o 5 Dias, que dá este exemplo. Nos comentários ao post, ficamos a saber que afinal a Conservapedia é uma brincadeira. Cumpre-me portanto apresentar aqui um outro projecto Wiki, que é pelo contrário seríssimo: a Dickipedia.
O Intelectual
Obviamente, o Intelectual nunca compreenderá o futebol nem a força das emoções que ele arrasta, motiva e estimula. Independentemente de ter razão em (quase) tudo.
20 de maio de 2008
...
18 de maio de 2008
16 de maio de 2008
Children of Men
Prosseguindo o costumeiro e já famoso (!) visionamento dos filmes que já passaram, Children of Men foi uma agradável surpresa.
Pitch: num futuro não muito longínquo, uma epidemia misteriosa tornou todas as mulheres estéreis, causando a anarquia em todo o mundo, salvo no Reino Unido; confrontado no entanto com a invasão de refugiados vindos do resto do mundo, o Reino Unido torna-se um Estado altamente militarizado; é neste contexto que uma jovem refugiada negra se torna a primeira mulher a engravidar em 18 anos; o protagonista, um ex-activista político, vai fazer tudo para a pôr a salvo simultaneamente do Estado e de um grupo terrorista e entregá-la a um misterioso grupo de cientistas – que nem sequer se sabe muito bem se realmente existe – que estaria a tentar encontrar uma cura para a esterilidade universal.
Pitch: num futuro não muito longínquo, uma epidemia misteriosa tornou todas as mulheres estéreis, causando a anarquia em todo o mundo, salvo no Reino Unido; confrontado no entanto com a invasão de refugiados vindos do resto do mundo, o Reino Unido torna-se um Estado altamente militarizado; é neste contexto que uma jovem refugiada negra se torna a primeira mulher a engravidar em 18 anos; o protagonista, um ex-activista político, vai fazer tudo para a pôr a salvo simultaneamente do Estado e de um grupo terrorista e entregá-la a um misterioso grupo de cientistas – que nem sequer se sabe muito bem se realmente existe – que estaria a tentar encontrar uma cura para a esterilidade universal.
Filmado no estilo “documentário” popularizado por alguns novos realizadores britânicos (sobretudo Paul Greengrass) mas misturando-o com ideias visuais interessantes vindas da série B pós-apocalíptica (incluindo o subgénero “filme de zombies”), o filme apresenta uma reflexão – em jeito de road movie – sobre a possibilidade da esperança num mundo militarizado e desprovido de ética. A ideia é boa, actores e técnicos estão à altura, mas, ainda assim, quando o genérico final começa a passar, perguntamo-nos o que não teria feito um Kubrick com semelhante material.
15 de maio de 2008
E o Henrique Raposo existe?
Alguém que se assina Henrique Raposo põe aqui em dúvida a existência de um comentador. Embora não leia o Expresso, acabei por ler este artigo, objecto do tal comentário do gajo que não existiria. Aqui chegado, devo confessar, se tal fosse ainda necessário: não sou especialista de nada, portanto também não de Educação. Desconfio é que o Raposo seja como eu (embora menos bonito, como se depreende pela fotografia que encima o artigo). Como pode um especialista desfiar tanta banalidade sobre o “eduquês”, os “direitos adquiridos”, a “mediocridade igualitária”, etc?
Já o comentário sobre o CSI me pareceu muito pertinente. Desgraçadamente, não vejo o CSI.
Urge portanto fazer a pergunta que queimará já os lábios do meu dedicado leitor: e o Raposo existe?
Já o comentário sobre o CSI me pareceu muito pertinente. Desgraçadamente, não vejo o CSI.
Urge portanto fazer a pergunta que queimará já os lábios do meu dedicado leitor: e o Raposo existe?
Soyez raisonnables (3)
Um católico como Mexia devia saber que não se invoca o nome de deus em vão. Ilustrar assim um post sobre Alberto João devia ser considerado pior infracção que fumar num avião. Ficamos à espera do perdão e da contrição (escuta da obra integral do Velvet?).
14 de maio de 2008
Entretanto, no país do Gato Fedorento
Tudo se passa normalmente. Invectivas gondomarenses, cigarradas aéreas pré-colombianas e ousadas atitudes politicamente incorrectas de considerar que não poder bater na mulher é feminismo radical.
12 de maio de 2008
Entretanto, na SIC Notícias
A Teresa Caeiro escandaliza-se com o dicionário que só agora reparo causar polémica aqui e aqui. Ainda bem que segui estes links, porque se tivesse ficado apenas pela intervenção da Teresa C., poderia ter ficado com a impressão que ela estava era a dar uma ganda banhada ao Mário Crespo. E agora regresso ao meu Musil.
8 de maio de 2008
7 de maio de 2008
Vingança em Ranholas
Comece-se por uma confissão: se a cena relatada aqui não se tivesse passado em Ranholas, este post não existiria. Eu sei que isto é terrivelmente supérfluo mas por vezes a única razão de escrevermos é tão simplesmente a vontade de não perder a oportunidade de utilizar um bom título. Depois pensamos melhor nesta história de uma actriz cujo nome me é apenas vagamente familiar. E a tristeza de uma cena de peixeirada armada por esta actriz deprimida nas instalações de uma qualquer revista do “social” revela-se em todo o seu esplendor de drama humano. E quase nos arrependemos de fazer um post um bocadinho gozão e voyeurista. Quase.
Friends, Lésbicos, countrymen, lend me your ears
Num dos episódios da 2ª temporada, House convida o amigo para ver o L World sem som. Excepcionalmente, eis-me mais exigente que o House. Vi talvez um episódio e meio do L World (com som) e nunca mais pus os olhos em cima de série tão fraquinha e desinteressante. Descubro agora que ela deve ter começado a passar na televisão grega. Com efeito, que outra razão senão a maçadora L World teria enervado os habitantes da simpática ilha de Lesbos ao ponto de pedir em tribunal o uso exclusivo da denominação “lésbico” e/ou “lésbica”, isto é, pessoa natural da ilha de Lesbos?
6 de maio de 2008
Elegância Rock (reloaded)
Marianne Faithfull, sobrinha-bisneta de von Sacher-Masoch, autor do livro Venus in Furs, que deu por sua vez origem à canção do mesmo nome composta por Lou Reed e interpretada pelo Velvet Underground, no famoso álbum da banana.
5 de maio de 2008
Soyez raisonnables (2)
O meu início das celebrações de Maio de 68 foi passado a ver The Descent. Para todos os que pensem que teria sido melhor a leitura de um dos múltiplos calhamaços de Gluksmann ou Cohn-Bendit que inundaram as Fnacs, desenganem-se. Que melhor maneira de reconhecer a herança de Maio que um filme de terror gore onde os únicos personagens são meia-dúzia de mulheres fortes que não temem nada nem ninguém e uma centena de humanóides masculinos repelentes? The Descent é uma declaração feminista radical, que aliás faz já parte dos programas das cadeiras de Gender Studies que vão proliferando por aí. Esta última acabei de inventar agora mesmo, mas não me admiraria se fosse verdade.
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